O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Terrestre de Rondonópolis e Região (STTRR), Afonso Aragão, participou nesta segunda-feira (10) de uma audiência pública na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. O debate abordou os desafios para a implementação dos procedimentos de fiscalização do tempo de direção e descanso dos motoristas profissionais.
A audiência foi convocada pelos deputados Hugo Leal (PSD-RJ) e Zé Trovão (PL-SC), por meio dos requerimentos 01/2025-CVT e 04/2025-CVT, e reuniu representantes de órgãos governamentais, entidades do setor de transporte e especialistas na área.
Estiveram presentes o senador Espiridião Amin, representantes do Ministério do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Também participaram integrantes da Confederação Nacional do Transporte (CNT), da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT) e da Associação de Parentes, Amigos e Vítimas de Trânsito (Trânsito Amigo).
O debate contou ainda com a contribuição do especialista em medicina do sono Sérgio Barros, de representantes da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), da Associação dos Transportadores Catarinenses de Cargas e da Fecombustíveis, representada por Giancarlo Pasa, diretor de postos de rodovia. O caminhoneiro Daniel Rodrigo de Souza também participou da audiência, trazendo a perspectiva dos profissionais da estrada.
Em seu discurso, Daniel mencionou diretamente o presidente do STTRR, Afonso Aragão, ao relatar as dificuldades enfrentadas por motoristas no Terminal da Rumo, em Rondonópolis, devido à demora para carga, descarga e longas horas de espera. “Pegaram uma lei da Europa em uma logística de terceiro mundo; ninguém cobra a empresa e sim multando a gente”, criticou.
Aragão reforçou a necessidade de discutir o tema sob a ótica dos trabalhadores e cobrou responsabilidade também das empresas. “Já estive conversando várias vezes com os motoristas. Sabemos que, nas nossas rodovias, não há pontos adequados de parada e descanso, o que gera grande dificuldade. Não adianta criar leis que só punem o profissional da rodagem. É preciso cobrar também as empresas, que mantêm os motoristas por longos períodos esperando para descarregar”, afirmou.
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